quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dragon's Crown

12:00:00 Escrito por Lucas , , ,
Dragon's Crown é um beat 'em up com elementos de RPG desenvolvido pela Vanillaware e lançado no Japão em julho de 2013, exclusivo de PS3 e PSP com funcionalidade de crossplay. Você provavelmente ouviu falar desse jogo graças a polêmica sobre sua arte. Mesmo assim, a qualidade dele não pode ser negada, já que é extremamente divertido de jogar, seja sozinho, seja com os amigos. Suas influencias de diversas mídias de fantasia tornam ele ainda mais apelativo aos meus gostos.

Gameplay

Cada um dos personagens tem um gameplay diferente, o que os torna mais únicos do que suas aparências já sugerem.
Você inicia o jogo escolhendo entre um dos seis personagens disponíveis e fazendo um pequeno tutorial. Os comandos respondem muito bem, e é fácil controlar seu personagem em combate. Eles tem diferenças de jogabilidade entre si, e você pode até mesmo customizá-los quando sobe de nível, melhorando habilidades já existentes e desbloqueando coisas novas.

Eu, por exemplo, sou o tipico jogador suicida que parte para a porrada de peito aberto. Investi a maior parte dos meus pontos de guerreiro em aprimorar os ataques básicos, e alguma coisa em uma habilidade que tem chance de defender automaticamente alguns golpes (porque eu nunca lembro que meu personagem tem um escudo).

Agora tente imaginar quatro jogadores fazendo coisas do tipo no meio da dungeon.
Você não tem que se preocupar com distribuir pontos de atributo, já que eles são automaticos. Sua customização se baseia em escolher a cor do personagem, algumas de suas frases, suas habilidades conforme evolui de nível e encontrar equipamentos. Se prepare para conseguir pilhas e mais pilhas de loot, e buscar sempre equipamentos melhores do que os seus. Eu particularmente não gosto desse estilo de jogo de procurar loot, mas não fiquei cansado durante o gameplay.

No lugar de controlar a câmera com o segundo analógico (no PS3), você controla um pequeno cursor para explorar o ambiente. Com ele você encontra tesouros escondidos, ativa runas mágicas, manda o ladrão executar ações, e participa do minigame de culinária entre as missões. Sim, minigame de culinária, você não leu errado.

Quando eu digo "o ladrão", me refiro a Rannie, um NPC que te acompanha nas masmorras. Ele não tem nenhuma habilidade de luta, mas abre baús e portas trancadas para você. Eventualmente ele pode acabar ativando armadilhas, então tente se manter longe enquanto ele trabalha.

Sem "Hey, listen!" por aqui.
A outra NPC que vai te acompanhar constantemente é Tiki. A fadinha parece pouco útil, mas de vez em quando ela vai te apontar algo escondido, então dê uma procurada pela sua localização na tela.

Talvez o único problema grave que eu tenha identificado no gameplay é a própria câmera. Sozinho, você vai encontrar pouca dificuldade com ela, mas ao entrar no modo online, com ao menos mais um jogador no seu grupo, ela pode atrapalhar, principalmente na hora de usar as magias de runa. Além disso, no meio da zona que se transforma uma luta, você pode ter dificuldades em encontrar seu personagem. Serio, mesmo numa TV grande eu consigo perder meu Guerreiro (que não é um personagem pequeno) de vista no meio da porradaria.

Parte Técnica

Os gráficos do jogo são muito bonitos. Se você parar para analisar qualquer coisa do jogo por alguns segundos - personagens, inimigos, cenários, a arte dos NPCs - vai encontrar uma arte rica em detalhes, e uma animação surpreendente. Os personagens tem animações especificas e muito bem feitas de respiração, comer, corrida, para cada um de seus golpes, entre outras coisas.


Sobre a trilha sonora, como o pessoal que lê meus artigos a mais tempo deve estar cansado de saber, eu tenho um ouvido ruim para ela. Não vou julgar a música dessa vez.

Os comandos do jogo são muito fáceis de se executar, e realmente intuitivos. Eu pensei que teria problemas a me adaptar ao cursor no meio do jogo - não poderia estar mais longe da verdade, sendo que eu logo estava lutando enquanto abria baús e procurava tesouros.

Campanha

Eu não esperava mais do que uma nova versão de Shadow Over Mystara quando peguei esse jogo. Sabia de toda sua qualidade e tudo o mais, mas para mim a história do jogo em si seria fraca. Eu me enganei.

Não é uma grande trama, mas ela usa os principais cliches do gênero para ir te apresentando a elementos de jogo. Você descobre durante suas aventuras sobre pessoas que pretendem trazer de volta ao mundo o dragão ancião, preso em outra dimensão pelas deusas. No caminho, você descobre sobre as magias rúnicas, outras criaturas antigas presas em várias partes do mundo, conflitos entre magos, fortalezas tomadas por goblins e orcs, etc.

Alias, prepare-se para uma grande salada de referencias a fantasia. Alibaba e os 40 ladrões, Aladin, o kraken, Monty Python, mitologia grega, criaturas de Dungeons & Dragons, Disney, e NPCs que são referencias descaradas a personagens icônicos, como por exemplo Conan.

As lutas de chefes também me surpreenderam, sendo em geral mais do que só pulas em cima do chefe e quebrá-lo de porrada. Quando enfrenta o Wraith, suas armas mal causam dano, e ele só fica vulnerável quando você ascender velas para as deusas. A opção de fuga do Dragão Vermelho é de longe uma das lutar mais divertidas. O Kraken tenta derrubar a caverna onde vocês estão lutando. O Portão-Gargula é resistente, mas uma tropa de cavaleiros está trazendo um canhão para botá-lo a baixo, além de outras coisas.

O Contemplador (Gazer) ou Beholder para os jogadores de D&D, é uma das lutas mais infernais do jogo, principalmente se você está jogando de Mago ou Feiticeira.
Não pretendo dar nota para o jogo dessa vez. Gosta de beat 'em up, de fantasia medieval, de um jogo com uma arte estonteante ou de um multiplayer divertido? Vá fundo. Dragon's Crown gera uma boa quantidade de horas de diversão garantida. Agora vá para a dungeon conseguir equipamentos melhores e enfrentar o dragão ancião!